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Dia Internacional do Grafite: em meio a preconceitos, Kobra relembra trajetória na arte de rua

Hoje, o artista se considera um muralista, mas já passou pela pichação e pelo grafite; saiba a diferença

Pinturas, desenhos, cores, luzes, sombras e contornos espalhados pelas cidades trazem um pouco de vida às avenidas. O grafite ganhou força na década de 70 e hoje toma os muros de muitas metrópoles ao redor do mundo.

Nesta quarta-feira (27), é comemorado o dia internacional do grafite. Um estilo de Street Art que geralmente vem acompanhado de alguma crítica social. Apesar disso, os artistas desse segmento ainda enfrentam muitos preconceitos.

“A arte de rua não é diferente da arte que tá dentro do museu. O Brasil está na vanguarda desse movimento de street art. Ainda existe muito preconceito, mas é um legado que nós temos”, relata o muralista Eduardo Kobra, um dos mais importantes artistas de street art do Brasil.

Kobra tem obras espalhadas em cerca de 40 países e, através da arte, expõe causas humanitárias, pacifistas e do meio ambiente. Kobra tem dois recordes globais registrados pelo Guinness Book.

Em 2016, ele fez ‘Etnias’, no Rio, então maior mural grafitado do mundo, com 2,5 mil metros quadrados e, no ano seguinte, superou a si próprio com uma obra de quase seis mil metros quadrados no interior de São Paulo.

Apesar da sua relevância, o artista relembra que já passou por situações de preconceito no início de carreira. “Eu cheguei a ser detido três vezes pintando nas ruas. Estudei em escolas públicas e inclusive coleciono advertências porque fazia desenhos na parede. Na rua, enquanto eu estava pintando, as pessoas passavam e confundiam muito, falando que eu precisava procurar um emprego”, relembra Kobra.

“Aos poucos a arte vai quebrando essas barreiras. E as pessoas começam a entender que não há diferença, que tudo é arte”, acredita o artista.

Hoje, Kobra se define como muralista, mas conta que já passou pela pichação e pelo grafite.

“A pichação são letras e formas. A pessoa tem um determinado nome e cria uma logomarca com aquelas letras, muitas vezes ela participa de um grupo, e ela espalha esse nome por toda a cidade. O grafite se assemelha com a pichação pela ilegalidade. O artista chega num mural e vai pintar. Quem pinta de forma ilegal é considerado grafiteiro”, explica.

“Meu trabalho está nas ruas. Eu comecei, sim, de forma ilegal, mas hoje meu trabalho é posicionado como muralismo, precisa de autorização, por isso que chama arte mural”, relata Kobra.

A importância da arte

Em entrevista à CNN, Kobra relembra como a arte mudou sua vida. Direto de São Marino, na Europa, o artista afirma que a arte da rua também está indo para os museus. “Eu acredito na arte como uma forma de transformação”.

“A arte é algo que vem de dentro para fora. Não existe mais essa barreira entre os artistas que vieram da elite e de garotos simples, que não tiveram esse tipo de acesso. A gente tem uma geração de artistas com mais de 30 anos pintando na rua e passaram a ser convidados para pintar no mundo inteiro”, disse.

O trabalho do próprio Kobra foi parar em museu. O artista decidiu abrir as portas de um de seus ateliês para o público, de forma gratuita.

“Eu fui convidado para estar em um museu em Itu. Esse museu, chamado Fama, contempla uma grande coleção de arte contemporânea. As pessoas veem essa arte na rua, mas agora podem entender meus materiais de construção dentro desse ateliê”, relata.




27/03/2024 – Rádio Religare 35

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