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Batalha de rimas e participação feminina - Edital do MinC celebra elementos estruturantes da cultura Hip-Hop

“A gente tem que se encontrar nesse lugar de potência”, diz MC Nimsai, referência como mestre de cerimônia no Hip-Hop

estres de cerimônia, mais conhecidos como MCs, são elementos estruturantes da cultura Hip-Hop. A relevância dessa atividade como manifestação cultural no universo Hip-Hop está posta no Decreto de Valorização e Fomento à Cultura Hip-Hop, assinado pelo presidente Lula em alusão ao Novembro Negro, na última semana.

Fruto de contribuições do movimento Hip-Hop para a cultura e inclusão social no Brasil, o Decreto materializa ao lado do Edital Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop 2023, lançado pelo Ministério da Cultura (MinC), as políticas públicas em prol da juventude negra e periférica.

Aos 22 anos, a mestre de cerimônia Hip-Hop, Nimsai, moradora de Sobradinho 2, no Distrito Federal, já carrega uma longa vivência no movimento e é referência nas quebradas de vários estados do país. Primeira mulher a pisar no FMS como MC, que é o maior torneio de freestyle do mundo, Nimsai conta como é ser mulher nesse universo tão masculino e como cavou espaço para chegar lá.

“Eu não tinha alguém em quem me inspirar, era muito difícil chegar nesse espaço porque também, não tinha outras manas em quem me espelhar. É um papel de liderança, porque a mestre de cerimônia dita como vai ser, o que vai acontecer. Mas a gente tem que encontrar nesse lugar de potência”, conta a MC, incentivando outras manas a seguirem seus passos.

A MC falou sobre a importância da política pública “depois que entendeu que o que ocorre na rua é muito necessário”. “Entendi também que o que ocorre na política é muito necessário. Que precisava estar em certos locais para que as políticas públicas chegassem. Num mundo de batalhas especialmente por ser um mundo muito novo, muito underground, ainda é difícil conversar sobre isso”, avalia.

Nimsai, ressalta com a satisfação de quem participou da construção do Edital Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop, sobre a sua vertente, a batalha de rimas. “Hoje a batalha de rima é o principal celeiro de música, grandes nomes vieram da batalha de rima. Dentro do edital tem linhas específicas para batalha de rimas, isso é muito importante, isso é histórico”, aponta.

“O que a gente faz é estar nas bases onde às vezes o estado não consegue estar. Porque é muito difícil identificar esses subgrupos, às vezes muito escondidos, às vezes uma falta de comunicação entre eles. O dialeto que o estado faz com a gente não é um dialeto que a gente consegue traduzir, então até nisso eu senti no edital do MinC, foi um diferencial, porque é um edital que fala a língua da gente, todas essas estratégias são para popularizar essa grana que tem que chegar para essas pessoas”, conclui Nimsai.

As iniciativas da cultura Hip-Hop podem ser inscritas no edital até 11 de dezembro. O foco do chamamento são iniciativas do segmento produzidas no país com atuação de, no mínimo, dois anos. Serão R$ 6 milhões, distribuídos em 325 prêmios. As ações culturais premiadas podem ser projetos de composição, arranjos, produção de beats, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sítios de internet, revistas, batalhas, rodas culturais, cyphers, jams, espetáculos, slam, beatbox, pesquisas, mapeamentos, fotografias, seminários, ciclos de debates, palestras, workshops, oficinas e cursos livres, que possam contribuir com o desenvolvimento sociocultural do segmento. 

 



27/11/2023 – Rádio Religare 35

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