Quando começou a frequentar a estação São Bento do Metrô, point dos veteranos do rap, em 1986, seu apelido era Ataliba, por causa do jogador do Corinthians. Diziam que parecia com ele. Mas já existia um com esse apelido, um integrante do Região Abissal, da velha-guarda do hip hop paulistano. Começaram a chamar de Robin Hood do rap por causa das letras. Depois acharam um personagem, do filme Rappin, interpretado por Mario Van Peebles, que se chamava Rappin’ Hood.

Em 1992, formou o conjunto Posse Mente Zulu. Em 1995, apresentou-se, juntamente com o conjunto, em um evento de bandas de rap no Vale do Anhangabaú, em homenagem aos 300 anos de Zumbi dos Palmares. O Posse Mente Zulu teve o clip da música “Sou Negão”, (sua 1ª música escrita para um trabalho escolar em 1988 sobre o centenário da abolição da escravatura) apresentada no show, gravado e exibido pela MTV Brasil. Em 1998, “Sou Negão” foi lançada em LP e CD em parceria com o DJ KL Jay, do grupo Racionais MC’s, atingindo 18.000 cópias vendidas.

Rappin Hood é radialista, apresentador, produtor musical, ativista social e King Zulu Nation Brazilian, nomeado oficialmente King Zulu Nation Brazilian, pelo fundador de estilo musical, o DJ Afrika Bambaataa, que veio ao país para entregar os diplomas ao cantor, em dezembro de 2019.

A Zulu Nation é uma ONG (Organização Não Governamental) fundada pelo próprio Afrika Bambaataa com as mesmas bases do Hip Hop, que são paz, amor, união e diversão. Ela mantém vivo o verdadeiro espírito do hip hop e organiza palestras, com o nome de Infinity Lessons (Aulas Infinitas), oferecendo aulas sobre conhecimentos, prevenção de doenças, matemática, ciências, economia, entre outras para alterar o pensamento das gangues. Bambaataa, diz que a Zulu Nation “apoia o conhecimento, a sabedoria, a compreensão, a liberdade, a justiça, a igualdade, a paz, a união, o amor, a diversão, o trabalho e a fé”.

Esta coroação tem peso importante já que Rappin Hood é um dos principais ícones do Hip Hop no Brasil e ela constata que o cantor tem as bases firmes do amor, da paz e da união em suas músicas e ações em pró de todos.

Formação Posse Mente Zulu

DJ Marco

Nos anos 1980, em sua adolescência, DJ Marco saía escondido de casa para ir curtir as festas e admirar os trabalho das equipes de baile. Com o passar do tempo se envolveu com o Rap, mesclou dedicação aos toca-discos com os 12 anos de trabalho como marreteiro. Foi incentivado por KL Jay, DJ dos Racionais. Integrou o Posse Mente Zulu, com Rappin’Hood e Jonny MC.

Johnny MC

Fundador do grupo Posse Mente Zulu juntamente com Rappin Hood, Johnny é um dos pioneiros no rap brasileiro. Com três décadas de carreira dedicadas ao estilo, já encabeçou vários projetos ligados à música e à cultura de rua, com participações em ONGs e em causas sociais. Já trabalhou com artistas como Zélia Duncan, RZO, Racionais MCs e, em 209, acaba de lançar seu primeiro álbum solo, com participações de Mano Brown, Thula Mello e Nelson Triunfo, entre outros.

Liu M.R

Com mais de uma década de carreira, o MC William Batista da Silva, ou simplesmente Liu Mr, atua em diversas frentes artísticas, conciliando atividades e projetos paralelos à música. Além de cantar e rimar, o artista de São Caetano do Sul, São Paulo, é também ator, já fez parte de diversos grupos de rap e idealizou o programa Kombi do rap, que leva cultura, lazer e informação para jovens da periferia.

Srta Paola

Paola Evangelista Lucio é cantora backing vocal de Santo André, no ABC Paulista. Filha de cantora, começou profissionalmente na música bem jovem, quando entrou no grupo de rap Ritmologia, em 1995. Participou de diversos corais, Estudou música na Universidade Livre de Música e já cantou com artistas renomados como Leci Brandão, Rappin Hood e Emicida, entre outros. Atualmente trabalha com artistas como Projota e Diferrero.

Em 2001, lançou seu primeiro disco solo: Sujeito Homem, pela gravadora Trama, com participação dos rappers Xis, KL Jay e Gustavo Black Alien. Ainda neste ano, criou e apresentou o programa “Rap Du Bom”, trasmitido aos sábados na 105 FM. Também trabalhou por dois anos na rádio comunitária Rádio Heliópolis.

Em 2004, gravou o disco Sujeito Homem 2, no qual participaram vários nomes da música brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arlindo Cruz, Jair Rodrigues, Zélia Duncan e Dudu Nobre, além de Will Calhouns e Doug Wimbish, da banda de hard-rock estadunidense Living Colour.

Em 2008, assinou contrato com a TV Cultura para apresentar o programa Manos e Minas exibido as quartas-feiras 19h e 30 min. com reprise no Sábado 18h e 30 min. e Domingo 1h.

O programa “Manos e Minas” vai acompanhar a produção atual e resgatar histórias da cultura negra brasileira e internacional, em especial a música em suas várias vertentes (rap, funk, soul, jazz, reggae, samba, MPB, etc…), além de abordar iniciativas e realizações da cultura de periferia, que se agigantou nos últimos anos sem ter contrapartida na grande mídia. Com apresentação do rapper e líder comunitário Rappin Hood, sonorização de DJ Primo, o programa terá a participação de artistas musicais, grafiteiros e dançarinos de break convidados no Teatro Franco Zampari. O programa conta ainda com entrevistas conduzidas por Ferrez, um roteiro cultural feito por Alessandro Buzzo e matérias de Juju Denden.

Rappin Hood : O rap está em todos os meus dias. Eu sou o rap todos os dias. Eu me relaciono com coisas sobre o rap, eu respiro o rap, como o rap, ouço o rap, bebo o rap. Tudo é rap na minha vida, graças a Deus, e eu agradeço a Ele por essa oportunidade, de verdade.