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Vinil eterno, como a mídia mais charmosa do planeta desafiou a morte e está mais viva do que nunca

Os discos de vinil, tecnicamente conhecidos como discos fonográficos, têm sido um meio popular de música desde o final do século XIX. Apesar de enfrentar a concorrência de tecnologias mais recentes, como fitas cassete, CDs e música digital, o vinil persistiu e até experimentou um ressurgimento de popularidade nos últimos anos.

Uma breve história dos discos de vinil.

Inventado por Thomas Edison no final de 1800, o disco fonográfico usava uma ranhura em espiral e uma caneta para reproduzir o som. Na década de 1940, o vinil havia se tornado o material padrão para discos, substituindo a frágil goma-laca usada anteriormente. Os discos de vinil atingiram seu pico de popularidade na década de 1970,mas se mantiveram relevantes em toda década seguinte.

Ameaça digital

No entanto, a ascensão da música digital nas décadas de 1980 e 1990 ameaçou a existência de discos de vinil. Os CDs, que ofereciam melhor qualidade de som e portabilidade, tornaram-se o formato dominante, e muitas lojas de discos pararam completamente de vender vinil. O aumento do download e streaming ilegais no início dos anos 2000 reduziu ainda mais a demanda por mídia física, incluindo discos de vinil.

Djs, o último bastião do vinil

Se o fim um dia pareceu próximo, foi nos anos 2000, quando os djs era o último bastião da mídia analógica mais charmosa da história da música. A digitalização do som demorou para alcançar alguns djs, principalmente da cena de Rap. Um preconceito com os CDjs, e uma fidelidade aos pais do movimento, fizeram desta trupe ainda carregar grandes cases pesando mais de 50 quilos no meio da maior revolução digital que a música já viu. Além da magia das capas da arte dos toca-discos,que ficava a mostra do público, uma rivalidade insana entre os djs para conseguir o melhor disco alimentava o mercado.

Serato põe mais uma pá de terra na cova do vinil

Fragilizado no meio digital, o vinil tomou outro golpe pesado nos meados da década de 2000. Hardwares como o Serato e o Final Scratch tinham a habilidade de digitalizar qualquer música do seu computador em um disco de vinil.
Um dj, do dia para noite, conseguiu tantos discos quanto quisesse, todas versões que jamais foram lançadas em vinil, e tudo isso sem perder os scratchs e a beleza dos toca discos. Vocês devem estar sem perguntando, mas isto foi o golpe fatal? Não, porque o vinil jamais deixou de existir.

Ressurgindo das cinzas

O vinil não só nunca desapareceu, pela graça de alguns nerds, colecionadores e aficionados que mantiveram sua coleção e não tinham necessidade de migrar para a era digital, como também assistiu de pé a decadência do cd e hoje compete como uma das mídias físicas mais vendidas do mundo. No início dos anos 2010, a popularidade do vinil começou a crescer mais uma vez, com as novas gerações descobrindo o som único e a experiência tátil de tocar discos.

Mas qual a mágica do vinil?

Então, o que torna os discos de vinil tão especiais? Um dos fatores mais importantes é a qualidade do som. Embora a música digital seja conveniente e possa oferecer som de alta fidelidade, muitas pessoas preferem o calor e a riqueza do som analógico. Os discos de vinil têm um som único que é difícil de reproduzir em formatos digitais. A natureza física do vinil também contribui para a experiência de ouvir música. A grande arte e encarte dos álbuns de vinil fornecem uma experiência mais imersiva do que a música digital, que muitas vezes carece de qualquer representação física.

Comunidade

Os discos de vinil também se tornaram um fenômeno cultural, com lojas e feiras de discos oferecendo um espaço para os amantes da música se conectarem e compartilharem sua paixão pela música. O ressurgimento do vinil também levou a um aumento na demanda por novos lançamentos de vinil, com muitos artistas optando por lançar suas músicas em vinil junto com os formatos digitais.

Vamos aos números

Os discos de vinil experimentaram um ressurgimento de popularidade nos últimos anos, e essa tendência não mostra sinais de desaceleração. Segundo dados da Recording Industry Association of America (RIAA), as vendas de vinil nos EUA aumentaram 28% em 2022, marcando o décimo sétimo ano consecutivo de crescimento do formato. Em 2022, os álbuns e singles de vinil geraram US$ 973 milhões em receita, respondendo por 32% de todas as vendas físicas de música. Isso representa um aumento significativo em relação à receita de US$ 760 milhões e à participação de mercado de 25% que o vinil detinha em 2021.

Os mais vendidos

Os álbuns de vinil mais vendidos de 2022 incluem uma mistura de lançamentos clássicos e títulos mais recentes. “Abbey Road” dos Beatles liderou as paradas, seguida por “Dark Side of the Moon” do Pink Floyd e “Rumours” do Fleetwood Mac. Outros lançamentos populares incluem “Evermore” de Taylor Swift e “Happier Than Ever” de Billie Eilish. De acordo com um estudo da ICM Unlimited, uma empresa de pesquisa e consultoria, 48% dos compradores de vinil compram discos de vinil pela experiência física de possuí-los e tocá-los, enquanto 45% os compram pela qualidade do som. Curiosamente, as vendas de vinil foram impulsionadas pelas gerações mais jovens, que cresceram com a música digital, mas agora estão descobrindo o apelo único do vinil. De acordo com a RIAA, 65% dos compradores de vinil têm menos de 35 anos e as vendas de vinil entre adolescentes aumentaram 62% . O ressurgimento do vinil também criou novas oportunidades de negócios, com lojas de discos independentes e mercados online experimentando um aumento nas vendas.

Apesar da conveniência da discotecagem digital, há uma tendência recente entre os novos DJs que optam por se apresentar com discos de vinil. A fisicalidade e o som único do vinil, juntamente com a necessidade de habilidades manuais, conferem a ele um apelo que o digital não pode igualar. Além disso, o uso do vinil é uma homenagem aos pioneiros do movimento e contribui para seu rico legado.
Fotos: Rolling Stones, The Vinyl Factory, Walter Thinnes, Zwart, Serato, Dj Popson.



29/06/2023 – Rádio Religare 35

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