Com a dimensão as redes sociais vêm tomando, as grandes marcas têm cada vez mais enxergado elas como um meio que potencialize a comunicação que querem transmitir com as grandes massas, se adequando a alguns padrões necessários para que os conteúdos viralizem. A partir também deste rompimento do espaço comunicativo que havia entre distintas nações e, consequentemente, culturas, muitos internautas que utilizem dessas plataformas como um espaço de divulgação estão facilitando o acesso aos seus trabalhos.

Há aproximadamente um ano atrás, o DJ e produtor musical brasileiro Arthur Lastra publicou o instrumental Trap Mafia, que, de uns meses para cá, tomou uma grande proporção no TikTok, principalmente em território internacional. Percebendo a qualidade e diferenciação da batida, diversos influenciadores e marcas passaram a utilizá-lo, como a Balenciaga, com o anúncio de uma nova coleção; o Kansas City Chiefs, em vídeo de comemoração por ter ganho o Super Bowl; Ronaldinho Gaúcho; Los Angeles Lakers; NBA, quando o LeBron James se tornou o maior pontuador da história; Chicago Bulls; Savage X Fenty, com anúncio de lingerie; Nike; e muito mais.

Em contato exclusivo com a equipe do RAPMAIS, Lastra informou que não está acontecendo um diálogo direto com esses grandes utilizadores de seu beat, entretanto, seguindo as diretrizes de direitos autorais apresentadas pela plataforma do TikTok diante das músicas que são utilizadas na rede, o produtor esclareceu que está recebendo corretamente os royalties como autor da obra, assim como todas as outras mensalmente com a sua distribuidora digital.

Nascido e criado na comunidade do Castelinho, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, Arthur Lastra possui um importante legado no cenário musical underground brasileiro, colaborando com artistas como Amanda Sarmento, ABRONCA e WES. Além disso, é colaborador do projeto criativo da Fundição Progresso, intitulado Estude O Funk, que visa a aceleração artística para talentos do funk carioca. O artista é surdo de um ouvido e enfrentou diversos ataques preconceituosos no início de sua carreira musical, quando começou a lidar com um desejo seu, a mixagem.