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Câmara apoia moção para que hip hop seja patrimônio imaterial do PR

CMC – Nesta terça-feira (25), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) apoiou uma moção de apoio para que o Governo do Estado reconheça o hip hop como patrimônio imaterial do Paraná. A votação foi simbólica, com apenas Eder Borges (PP) se posicionando contra o requerimento, assinado por diversos parlamentares. A justificativa é que o reconhecimento permitirá “sua preservação, difusão e promoção, além de garantir o acesso ao hip hop como uma forma de expressão cultural e artística”.

“É uma manifestação cultural que surgiu na década de 1970, nos Estados Unidos, e se disseminou pelo mundo, chegando ao Brasil nos anos 1980. No Paraná, o hip hop é uma importante expressão artística que representa a cultura e a identidade da juventude urbana”, cita a proposição. “O hip hop é uma cultura que engloba a música, a dança, a moda e a arte urbana, e é uma forma de expressão das minorias, que muitas vezes são marginalizadas pela sociedade. É uma ferramenta de resistência e luta contra a discriminação e a exclusão social, além de ser um meio de expressão e empoderamento da juventude.”

O debate da moção de apoio durou quase uma hora e meia, gerando discussões paralelas em plenário. Eder Borges (PP) foi o primeiro a falar, se posicionando contra a proposta. O movimento, disse ele, surgiu nos Estados Unidos, “naqueles guetos”, e teria “uma raiz racista”, sem ter um vínculo com a cultura local. “Tem umas letras que realmente me fazem questionar se devemos aprovar este requerimento”, indicou ele, citando trechos de músicas. “Hip hop é coisa de detento”, concluiu a fala.

Fala racista

“Sua fala é racista quando diz que o hip hop é coisa de detento”, rebateu Giorgia Prates – Mandata Preta (PT). Ela assina o requerimento com os vereadores Alexandre Leprevost (Solidariedade), Angelo Vanhoni (PT), Dalton Borba (PDT), Maria Leticia (PV), Pier Petruzziello (PP), Professor Euler (MDB), Professora Josete (PT) e Serginho do Posto (União). A Mandata Preta rebateu as críticas, argumentando que o rock, estilo do qual Borges é adepto, também teve suas origens nos Estados Unidos.

Nesta terça-feira (25), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) apoiou uma moção de apoio para que o Governo do Estado reconheça o hip hop como patrimônio imaterial do Paraná. A votação foi simbólica, com apenas Eder Borges (PP) se posicionando contra o requerimento, assinado por diversos parlamentares. A justificativa é que o reconhecimento permitirá “sua preservação, difusão e promoção, além de garantir o acesso ao hip hop como uma forma de expressão cultural e artística”.

“É uma manifestação cultural que surgiu na década de 1970, nos Estados Unidos, e se disseminou pelo mundo, chegando ao Brasil nos anos 1980. No Paraná, o hip hop é uma importante expressão artística que representa a cultura e a identidade da juventude urbana”, cita a proposição. “O hip hop é uma cultura que engloba a música, a dança, a moda e a arte urbana, e é uma forma de expressão das minorias, que muitas vezes são marginalizadas pela sociedade. É uma ferramenta de resistência e luta contra a discriminação e a exclusão social, além de ser um meio de expressão e empoderamento da juventude.”

O debate da moção de apoio durou quase uma hora e meia, gerando discussões paralelas em plenário. Eder Borges (PP) foi o primeiro a falar, se posicionando contra a proposta. O movimento, disse ele, surgiu nos Estados Unidos, “naqueles guetos”, e teria “uma raiz racista”, sem ter um vínculo com a cultura local. “Tem umas letras que realmente me fazem questionar se devemos aprovar este requerimento”, indicou ele, citando trechos de músicas. “Hip hop é coisa de detento”, concluiu a fala.

Fala racista

“Sua fala é racista quando diz que o hip hop é coisa de detento”, rebateu Giorgia Prates – Mandata Preta (PT). Ela assina o requerimento com os vereadores Alexandre Leprevost (Solidariedade), Angelo Vanhoni (PT), Dalton Borba (PDT), Maria Leticia (PV), Pier Petruzziello (PP), Professor Euler (MDB), Professora Josete (PT) e Serginho do Posto (União). A Mandata Preta rebateu as críticas, argumentando que o rock, estilo do qual Borges é adepto, também teve suas origens nos Estados Unidos.

 

“Só pode dizer isso quem realmente nunca pisou numa periferia. Então, sim, olhar para o hip hop hoje é olhar para a periferia”, acrescentou ela. Na avaliação da Mandata Preta, Curitiba tem espaços como o Bosque do Alemão, mas não equipamentos públicos que reconheçam a cultura africana. “É importante pontuar, houve falas racistas e nós temos que levar isso adiante”, repetiu ela. Conforme ela, “tem coisas na sessão que a gente deixa passar porque é perda de tempo, é mais para ganhar like etc., mas têm momentos que não”.

“Eu acho que pegar trechos de músicas fora de contexto é um tanto quanto leviano”, criticou Josete. A parlamentar falou das diferentes manifestações do hip hop, como o grafite, e disse que o movimento é a “expressão das chamadas minorias”. “Acho que a gente precisa construir um outro olhar sobre aqueles que pensam diferente de nós […] que vivem numa outra cultura, num outro espaço”, complementou.

“É uma cultura importantíssima”, elogiou Bruno Pessuti (Pode). “A capoeira, quando surgiu, e ela é patrimônio imaterial, era proibida no Brasil, porque era uma manifestação dos escravos”, comparou ele. Na opinião de Professor Euler, “não dá para pegar uma parte e usar como um todo, de qualquer expressão artística que seja”. Comparar o hip hop com “coisa de bandidagem”, disse ele, “é generalista”. “O filtro é do ouvinte”, defendeu ele, para quem os eventos de hip hop, por exemplo, movimentam a hotelaria e outros setores da economia local. “Pode render likes nas redes sociais porque polariza, rende engajamento. Mas não é honesto fazer isso, com qualquer estilo musical que seja.”

“Para deixar claro, eu não generalizo”, respondeu Borges em aparte a Professor Euler. “É muito grave e desonesto quando alguém certamente finge não entender e chama minha opinião de racista. Racismo é crime, racismo é abominável. Eu fui claro que não tem absolutamente nada a ver com a questão racial.” Prates também retomou o debate. Segundo ela, a capital paranaense recebeu o primeiro evento de hip hop há 25 anos e o break será uma das modalidades olímpicas.

“Independente do que diz na música, eu acho que todos têm direito de se manifestar como quiserem”, ponderou Rodrigo Reis (União). O vereador chegou a questionar a classificação do hip hop como patrimônio imaterial por avaliar que “não é uma cultura nossa, local”, mas resolveu votar positivamente à moção “para não passar uma imagem, para as pessoas que nos assistem, de todas os lugares, que a gente é contra” o movimento.




27/04/2023 – Rádio Religare 35

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